Explorando um Lick da Escala Diminuta na Gravação de “O Que É Amar” por Mauro Senise

No universo da música brasileira, poucas obras são tão marcantes quanto “O que é Amar”, composta pelo genial Johnny Alf e interpretada com maestria pelo saxofonista Mauro Senise. Neste post, vamos explorar um lick extraído dessa gravação, analisando seu uso da escala diminuta sobre o acorde E7b9 e aprofundando-se em aspectos como a importância da escuta ativa, transposições para diferentes instrumentos e a prática em todas as tonalidades.


Sobre a Música e a Gravação

“O que é Amar” é uma obra que combina sofisticação harmônica e lirismo, característicos do estilo de Johnny Alf, considerado um dos precursores da bossa nova. A interpretação de Mauro Senise se destaca pela riqueza timbrística e pela elegância na execução de cada frase, evidenciando sua compreensão profunda da linguagem do jazz e da música brasileira.

Senise traz ao saxofone uma abordagem que alia técnica impecável e sensibilidade musical, resultando em uma performance que nos inspira a explorar mais profundamente os elementos melódicos, harmônicos e rítmos presentes na música.


O Lick e a Escala Diminuta

O lick extraído dessa gravação utiliza a escala diminuta sobre o acorde E7b9, um dos contextos mais comuns para a aplicação desse material melódico. A escala diminuta, conhecida também como escala octatônica, alterna intervalos de tom e semitom, criando uma sonoridade única que é tanto dissonante quanto sofisticada.

Estrutura da Escala Diminuta

  • Sobre E7b9 (instrumentos em C): E – F – G – G# – A# – B – C# – D
  • Esta escala pode ser visualizada como uma mistura dos acordes E7b9 e G#dim7, ambos amplamente usados na música jazzística e brasileira.

O lick, tocado por Senise, faz uso criativo dessa escala, explorando suas tensões e resoluções com elegância.

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A Importância da Escuta Atenta

Ouvir música atentamente é um dos pilares do desenvolvimento musical. Ao analisar gravações como esta, conseguimos identificar padrões melódicos, harmônicos e ritmos que fazem parte da linguagem musical.

Ao reconhecer um lick ou um motivo melódico, você inicia um processo que vai além da mera reprodução. Trata-se de entender a intenção musical e a forma como esse material se relaciona com o acorde e o contexto harmônico.


Transposição para Diferentes Instrumentos

Como saxofonista ou instrumentista de um instrumento transpositor, é essencial saber adaptar o lick para o seu instrumento. Seguem algumas instruções:

Saxofones

  • Sax Alto (Eb): Transponha o lick uma sexta maior acima. No caso de E7b9, toque o lick como se estivesse em C#7b9.
  • Sax Tenor (Bb): Transponha uma nona maior acima ou uma oitava mais uma segunda maior abaixo. Para E7b9, toque o lick como se estivesse em F#7b9.
  • Sax Soprano (Bb): Mesma regra do sax tenor.
  • Sax Barítono (Eb): Mesma regra do sax alto.

Outros Instrumentos Transpositores

  • Clarinete em Bb: Transposição idêntica ao sax tenor.
  • Trompete em Bb: Siga as mesmas regras do sax tenor.

Exemplo Prático

Se o lick em E7b9 para instrumentos em C for:

  • E – G – G# – A# – B

No sax alto (Eb), ele será:

  • C# – E – F – G – G#

No sax tenor (Bb), ele será:

  • F# – A – A# – C – C#

A Prática em Todas as Tonalidades

Aprender o material de memória e tocá-lo em todas as tonalidades é uma prática fundamental. Isso não apenas melhora a técnica, mas também reforça a compreensão harmônica e melódica. Aqui estão algumas dicas:

  1. Memorize o Padrão: Certifique-se de internalizar o lick antes de tentar transponê-lo.
  2. Use o Ciclo de Quintas: Comece em uma tonalidade e mova-se pelo ciclo de quintas para praticar em todas as chaves.
  3. Aumente Gradualmente a Velocidade: Comece tocando devagar para garantir precisão e controle.
  4. Improvise com o Material: Incorpore o lick em diferentes contextos musicais, como improvisações em jazz ou bossa nova.

Conclusão

Explorar licks como o de “O que é Amar” é uma maneira poderosa de se aprofundar na linguagem musical. A combinação da escala diminuta com o acorde E7b9 é apenas um exemplo de como podemos aprender com os grandes mestres, como Johnny Alf e Mauro Senise. Ao ouvir atentamente, transpor para diferentes instrumentos e praticar em todas as tonalidades, ampliamos nossa capacidade de expressão musical e nosso repertório de ideias criativas.

Agora é sua vez: pegue seu instrumento e comece a explorar!

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